Humanização

Instituto Cândida Vargas realiza mesa redonda sobre transexualidade e atenção à saúde no SUS

09/11/2022 | 19:30 | 919

As portas do Instituto Cândida Vargas (ICV) estão abertas para dialogar e debater sobre a transexualidade e atenção à saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). Na tarde desta quarta-feira (9), foi realizada uma mesa redonda que debateu sobre a discriminação, opressão e os direitos das pessoas trans no SUS. A iniciativa é uma parceria com o projeto de extensão ‘Rede de Atenção Socioassistencial’ da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

O encontro, que aconteceu no auditório da maternidade, visou capacitar e atualizar os profissionais do Instituto no atendimento as pessoas trans. “A nossa maternidade já oferece a essas pessoas o pré-natal de alto risco, o planejamento familiar, obstetrícia e atendimento à vítima. Nosso olhar humanizado faz toda a diferença para elas, que muitas vezes chegam receosas, mas aqui recebem um atendimento especial”, disse a coordenadora do setor de Serviço Social do ICV, Liane Guerra.

A coordenadora também destacou a importância de debater essa temática dentro da maternidade, pois aproxima o assunto para os profissionais que atuam nos diversos setores da unidade de saúde. “Muito importante e necessário conversar sobre esse assunto diante da realidade dos comportamentos homofóbico e transfóbico presentes na nossa sociedade”, finalizou.

A médica Juliana Soares, da diretoria do ICV, destacou que a rede SUS acolhe com toda sua plenitude o paciente trans. “Esse paciente tem que ser acolhido nos ambientes onde a política de saúde interfere. Então, essas barreiras e dificuldades que se têm na assistência, inclusive respeitar o nome social, são estratégias de acolhimento e de humanização da população e que a gente tem que trabalhar na sua plenitude”, afirmou.

O evento aconteceu em parceria com a UFPB. “É uma oficina de capacitação para os profissionais que atuam aqui na maternidade e também uma devolutiva da universidade a partir do mapeamento que foi feito através do nosso projeto. É informar e compartilhar com os profissionais sobre os serviços de saúde e de assistência social que foram mapeados em João Pessoa”, explicou a coordenadora do projeto, a professora de serviço social, Elisângela Inácio. 

O estudante que faz estágio no setor de serviço social do ICV e participa também do projeto de extensão da UFPB, Felipe Anacleto, propôs a realização do evento na maternidade. “Eu já sou formado em outra graduação, tenho mestrado e estudo a questão da transexualidade há algum tempo, só que eu nunca tinha estudado no âmbito da saúde. Aí, quando comecei a estagiar aqui, vi que há uma necessidade da gente começar a debater essas questões com a equipe multiprofissional”, contou.

Participaram da atividade representantes dos Direitos Humanos da UFPB, Hospital Clementino Fraga, Secretaria da Mulher da Prefeitura de João Pessoa, Centro de Referência da Mulher, Patrulha da Maria da Penha, OAB, Maternidade Frei Damião, Hospital São Vicente de Paula, Saúde da Mulher da Secretaria Municipal de Saúde, Centro de Estudo, Enfermagem e Psicologia do ICV, além de estudantes. 

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