Longevidade das espécies

Técnicos do Parque Arruda Câmara dedicam atenção especial aos animais idosos

01/10/2022 | 17:00 | 818

Assim como os seres humanos, os animais também precisam de cuidados, inclusive com a alimentação, para ter uma vida mais longa. No Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica), administrado pela Prefeitura de João Pessoa, esse cuidado é prestado aos cerca de 400 animais que vivem nesse recinto. Uma equipe de profissionais presta essa atenção especial e assistência diária, o que contribui para a longevidade das espécies.

No plantel, tem como animais idosos a macaca da Savana Anastásia; a onça-pintada Maria Luiza; e o macaco-da-noite Kiko. Os cuidados vão desde tratamentos ambulatoriais e físicos até os nutricionais.

“Sabemos que à medida que passa o tempo, a maioria das pessoas apresenta problemas de locomoção, articulação, reumatismo, artrose, entre outras doenças, e isso também acontece com os animais. São doenças geriátricas. Por isso, fazemos a suplementação alimentar e adaptação nos recintos para os animais mais idosos, respeitando as limitações físicas deles nessa situação, providenciando os equipamentos que proporcionem uma melhor mobilidade”, explicou Thiago Nery, médico veterinário e chefe do setor de zoológico do parque.

Ele ressaltou ainda que, geralmente, os animais que vivem em florestas têm menor longevidade, por uma série de fatores – existência de predadores naturais, falta de cuidados veterinários, falta de dieta balanceada, queimadas, invasão dos homens e poluição. O que não acontece com animais que vivem nos zoológicos, por exemplo, que recebem cuidados específicos e vivem bem mais.

Cuidados nutricionais – Alguns animais que vivem na Bica, devido à perda muscular e dentária, por conta da idade avançada, necessitam de cuidados nutricionais específicos, como relata Cíntia Cleub, zootecnista e uma das técnicas responsáveis pela alimentação.

“A irara e o gato-do-mato já tinham poucos dentes e foi preciso retirar mais alguns. Por isso, readequamos a dieta deles, partindo o alimento em tamanhos pequenos para que conseguissem ingerir sem muita dificuldade. Aliado a isso, fazemos suplementação na dieta. São animais idosos, então recebem um alimento próprio para a idade e colocamos adicional de proteína, para ajudar no desenvolvimento muscular e manter a estrutura corpórea. Além do suplemento, utilizamos na dieta alguns itens para estimular que eles mantenham o consumo adequado e suficiente de nutrientes que precisam para o dia a dia”, explicou.

Cíntia relata ainda que, no caso da irara, é feita a suplementação com colágeno, de forma preventiva, porque ela já chegou à Bica com 16 anos. “A gente já está fazendo essa prevenção devido à idade dela”, afirma.

Recentemente, os técnicos do zoo descobriram que o macaco-da-noite, carinhosamente chamado de Kiko, está com problemas articulares. “Estamos fazendo a suplementação para melhorar a qualidade de vida dele e amenizar essa situação, já que é uma doença que não tem cura. Ele é um animal bem idoso, então estamos proporcionando o melhor conforto. Adequamos o ambiente com estruturas para facilitar seu deslocamento e a alimentação também é especial para a idade e com suplementação de colágeno”, explicou a zootecnista.

Para a macaca da Savana, Anastásia, que ainda não tem muita dificuldade de locomoção, foi colocado um comedouro suspenso, com uma escadinha de acesso, para ficar mais confortável e ela poder comer num lugar mais tranquilo e praticar exercício físico. Já o quati Goku recentemente passou por um procedimento de retirada de um rim.

A médica veterinária Paola Gonçalves explica que o gato-do-mato, Afeganistão, chegou à Bica já adulto e também precisou extrair alguns dentes.  “Os dentes foram desgastando com o tempo e é normal que tenham que ser extraídos. Já o macaco-da-noite, Kiko, que é um animal bem idoso e tem uma doença articular degenerativa, recebe medicação todos os dias e um cuidado mais especial, com exercícios de fisioterapia para ajudar na mobilidade dele. Em relação aos outros animais idosos, fazemos exames preventivos e observamos para ver como está a saúde”, afirmou.

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