Na Casa da Pólvora

Barril de Cultura será lançado nesta quinta-feira e envolve 28 projetos em diversas áreas

18/08/2021 | 19:30 | 1431

As primeiras apresentações dos projetos que fazem parte do Festival Barril de Cultura, realizado pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), no Centro Cultural Casa da Pólvora, acontecem nesta quinta-feira (19), com o lançamento oficial da iniciativa, a partir das 16h. São sete propostas que envolvem artes visuais, dança, fotografia e literatura, levando vida e movimento ao Centro Histórico. Todo o desenvolvimento de produção do Barril de Cultura teve à frente a diretora da Casa da Pólvora, Ana Maia.

“Estamos muito felizes por podermos realizar esse edital e honrar o compromisso com os artistas que passaram por uma fase muito difícil. Agora, estamos conseguindo botar a arte deles para dialogar com o público e mostrar a criatividade que a cidade de João Pessoa tem”, declarou Marcus Alves, diretor executivo da Funjope.

Na fotografia, o Coletivo Brincantes de Imagens traz um projeto que envolve 19 artistas, entre eles, o fotógrafo Ricardo Peixoto. “A expectativa é a melhor possível”, declarou. A iniciativa traz uma referência sobre a história do fiteiro, ponto comercial tradicional nos bairros, com seus personagens e suas estéticas visuais. Neles, conforme explicou, as pessoas encontram suas memórias afetivas numa linguagem contemporânea. É um trabalho de sobreposições, conexões entre a escrita, a imagem, a sonoridade e a literatura.       

Outro projeto é o ‘Paraíba Revelada – a Capital em preto e branco’, elaborado pelo fotógrafo Hélder Oliveira, presidente do Conselho Municipal de Cultura. Na mostra, estão imagens captadas ao longo de 15 anos de atuação na fotografia autoral. Com sua vivência no Porto do Capim, o local se tornou um ponto de referência e, por isso, metade das fotos é de lá. As demais compõem um grande arquivo de cartões postais. “Estou feliz porque é um trabalho que me representa”, declarou. Para ele, a expectativa é de que o Barril seja um impulso para girar a cadeia produtiva e gerar conteúdo de qualidade.

Nas artes visuais, Marília Riul apresenta a exposição ‘Denso Olhar’, que inclui sete obras. Os trabalhos dialogam com o visitante sobre a relação de cada um com o meio ambiente. Todos foram produzidos através de colagens de fotografias e desenho digital. Nelas, há um contexto do mar e do oceano, chamando a atenção para o imediatismo e lembrando como é atualmente a cultura do descarte.

“Tento mostrar como lidamos com o mundo, as questões ambientais, pandemia, enchentes e fome. É um diálogo com a obra de outra artista visual de João Pessoa, a Cris Peres, que aborda a mesma temática. Espero que, com esse trabalho, as pessoas passem a avaliar melhor seus hábitos com o meio ambiente e tentem cuidar melhor do nosso planeta”, declarou.

Dança – O projeto ‘Corpo Navegação’ foi desenvolvido por Dendê Ma’At, integrante do Fórum de Artistas Pretas e Pretos da Paraíba. Ela comemorou que o edital de ocupação da Casa da Pólvora finalmente está sendo colocado em prática e explicou que seu trabalho é uma proposta de dança que aborda o genocídio dos pretos.

Criado em junho de 2020, o espetáculo ‘Corpo, Tambor e Berimbau’ procura fazer uma unidade entre dança afro e capoeira. “A capoeira é afro, mas é dançada e lutada de forma diferente, separada. A ideia é unir numa batida só o corpo, tambor e o berimbau”, declarou Luciana Peixoto, uma das integrantes do grupo que conta ainda com Lucivan Laranjeira no berimbau e tambor, e Daniel Peixoto no tambor.

“A Funjope está sendo muito importante porque achávamos que não ia mais acontecer esse edital. Estamos ansiosos, esperançosos e instigados para que o evento aconteça e flua com todo axé e energia positiva. Estamos vibrando por sair de casa, voltar a trabalhar, a viver e conviver”, declarou.

Ainda na dança, Juan Pedro & Waleska Alexandre apresentam um projeto que fala um pouco das histórias de seus componentes como pessoas de comunidades tradicionais de terreiro. ‘Sassanha’ conta um pouco sobre a relação com a natureza, religiões de matriz indígena e africana com a natureza, a mata, a folha e as tradições familiares. “Utilizamos um pouco da linguagem do canto, da dança e da reza para expressar essa relação com a natureza”, comentou Juan Pedro Pereira Alves e Silva, que, apesar de ainda temeroso por conta da pandemia, comemora a volta.  “Estou muito feliz de retornar depois de tanto tempo”, comentou.

Literatura – Tony Silva, diretor da Cia Teatral & Cia Argonautas, apresenta um projeto de literatura. É um sarau de poemas inéditos do poeta Léo Barbosa. O tema é ‘O Mundo como Vontade de Defloração’ e será uma performance de 20 minutos. “A expectativa é que esse retorno da Casa da Pólvora seja incrível. Era um espaço pouco utilizado. Espero que seja algo muito promissor, que seja gratificante, trazendo vários gêneros culturais, como teatro, dança e música”, disse Tony.

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