Na Alemanha

Bailarino da Funjope conquista segundo lugar em festival internacional com apresentação avaliada como visceral

17/05/2021 | 17:30 | 1542

O chefe da Divisão de Dança da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), o bailarino Geovan da Conceição, ficou em segundo lugar na categoria dança na 25ª edição do Festival International Solo TanzTheater, realizado na Alemanha, com a coreografia ‘Fissuras’. Ele foi selecionado entre 18 bailarinos do mundo inteiro, sendo o único brasileiro a participar do evento, um dos maiores festivais de solos contemporâneos do mundo. O júri avaliou a apresentação como visceral.

“É uma premiação incrível. Por tanta gente que participou, que estava ali, mostrando seu trabalho, e eu chegar em segundo lugar é gratificante demais. A representatividade disso para minha carreira e minha vida é que é uma grande conquista. Muitos bailarinos gostariam de chegar onde cheguei, com a pontuação que eu tive. Com certeza, uma competição desse nível abre portas”, avaliou.

Geovan participou de uma experiência exitosa do primeiro governo Cícero, nos anos 90, quando foi criada a parceria com a Escola de Ballet Bolshoi. “A seleção do Geovan para esse festival é o ápice de uma carreira de sucesso. Ele foi selecionado, ainda muito jovem, para a Escola Bolshoi, uma iniciativa do primeiro governo de Cícero. Desde então, sua vida vem dando demonstrações de beleza para o Brasil e para o mundo”, lembrou o diretor-presidente da Funjope, Marcus Alves. “Geovan está de parabéns. Todos que fazemos parte da equipe da Funjope ficamos muito felizes com a seleção dele e vamos torcer para que tudo dê certo”, completou.

Preparação – O bailarino relatou que a preparação foi dura, com longas madrugadas editando música, treinando, mas ele não se entregou ao cansaço. Tudo isso, sem contar o lado psicológico, já que a coreografia não tratou de algo fictício e sim de sua história, a infância, as dificuldades, a violência. Daí o nome da coreografia.

“A palavra ‘fissurar’ significa abrir brechas, fendas, rachaduras, e pensei em abrir uma rachadura na adversidade. A partir disso, comecei a construir a coreografia para passar a mensagem do que passei na minha infância, num paralelo com o que muitos outros jovens brasileiros vivem. Eu fui capaz de ultrapassar muitas barreiras, quebrar preconceitos. A descrição do júri não poderia ser melhor ao se referir à minha coreografia como visceral. Senti que compreenderam muito bem, e aquilo para mim foi muito forte”, avaliou.

Para Geovan, essa conquista vai inspirar muitos novos bailarinos. “Essa conquista me mostrou que não importa a dificuldade que eu tenha, o importante é o quanto a gente luta para passar por cima dos obstáculos. Com meu exemplo, espero fazer a diferença, que faça com que eu possa me tornar uma referência”, acrescentou.

Convite – O convite para o festival surgiu após o bailarino participar de uma reportagem sobre os 20 anos da Escola de Teatro Bolshoi, reunindo ex-alunos que tiveram sucesso na carreira. Exibida no Brasil e em outros 72 países, a matéria foi vista pelo diretor do festival, que entrou em contato com Geovan e o incentivou a participar, deixando claro que ele não teria privilégios e que iria concorrer na seleção como todos os demais.

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