Abordagem social
Ruartes registra 210 atendimentos no primeiro trimestre deste ano
30/04/2022 | 12:00 | 1072
A Prefeitura Municipal de João Pessoa, por meio da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania (Sedhuc), dispõe do Serviço Especializado em Abordagem Social (Ruartes), que atende pessoas em situação de rua, que desde o começo do ano já atendeu cerca de 210 pessoas com diferentes necessidades e encaminhamentos. Contribuindo para o processo de saída das ruas, viabilizando o acesso à rede de serviços do município, benefícios assistenciais e o fortalecimento de vínculos interpessoais e familiares, favorecendo a construção de novos projetos de vida.
As equipes do Ruartes realizam diariamente o trabalho social de abordagem e busca ativa como explica Kamylla Alves, coordenadora do serviço. “Nossas equipes são responsáveis pelo primeiro contato com essas pessoas em situação de rua ou vulnerabilidade social. Realizamos a aproximação e estabelecemos um primeiro diálogo, que é a abordagem social, para entender quais são as principais necessidades, e assim realizar os encaminhamentos necessários”, explicou.
No mês de março o Ruartes realizou 71 buscas ativas e 142 abordagens, o que resultou em 40 atendimentos de pessoas em situação de rua, sendo 5 crianças, 5 adultos e 30 casos de dependência química. Dessas pessoas atendidas, 19 foram encaminhadas para outros serviços, sendo 5 para o Conselho Tutelar, 2 para o Centro Pop II, 3 para o Centro de Referência da Assistência Social (Creas II), 3 encaminhamentos para o serviço de saúde e 6 retiradas de documentos. E outras 60 pessoas foram atendidas durante a abordagem social, direcionada para pessoas em situação de vulnerabilidade social, direcionada às pessoas em vulnerabilidade social, que estão em situação de risco e/ou mendicância, mas que não moram na rua. Totalizando 100 atendimentos.
A coordenadora informou que o maior foco das abordagens é registrado na região da orla de João Pessoa e nos semáforos da cidade, principalmente na Avenida Epitácio Pessoa e ruas próximas. Também destacou como o serviço pode ser potencializado com o auxílio da população. “Nossos atendimentos também podem acontecer em parceria com as pessoas que passam por esses lugares, que presenciam alguma situação de abuso ou violação dos direitos. Através das denúncias realizadas pelo telefone 3214-3709 ou no Disque 156. Nosso compromisso é promover ações contínuas de atenção, apoio e proteção à pessoa em situação de rua, sempre de forma coletiva”, falou.
Serviços socioassistenciais – O Ruartes compõe uma série de serviços socioassistenciais da Sedhuc e conta com uma rede de apoio intersetorial, composta pela Proteção Social Básica e Proteção Social Especial, que são: o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), na proteção básica; o Centro POP I, o Centro POP II, o Ruartes e os quatro Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), na proteção de média complexidade; e as Casas Adulto I e II, Casa de Passagem da Pessoa Idosa e Casa de Passagem da Família, na alta complexidade. Além dos serviços da Secretaria de Saúde como CAPS e o Consultório na Rua, formado por enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, agentes sociais, e o apoio do Conselho Tutelar.
Perfil – Em relação ao perfil das pessoas abordadas, a coordenadora explica que uma das maiores dificuldades enfrentadas é a resistência em aceitar ajuda. “Entre as pessoas que estão em situação de rua encontramos muitos dependentes químicos, o que muitas vezes é causadora dessa situação de vulnerabilidade. E nesses casos a problemática é que, mesmo depois de todo o atendimento, na maioria dos casos, essas pessoas retornam para as ruas. Outro perfil, são as pessoas que não são de João Pessoa, acabam vindo de outros municípios paraibanos e até mesmo de outros Estados. Nesses casos, possibilitamos a reinserção familiar ou o retorno a cidade de origem, após um trabalho com a rede de serviços da localidade e aproximação com os familiares de referência, para o fortalecimento de vínculos”, destacou.
Uma dessas pessoas que tiveram passagem pela rede de serviços do município foi Lindemberg Raimundo, de 32 anos, que viveu em situação de rua por dois anos até receber o apoio da equipe do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua, em 2019. “Eu fiz minha inscrição no Centro Pop, já por indicação de outros moradores de rua, e eu vi ali uma oportunidade de ter um lugar para ficar, tomar banho e me alimentar. Eu ainda estava totalmente escravo das drogas, sem perspectiva de vida, e de oportunidade melhor”, relatou. Sobre sua mudança de vida, ele falou que o acolhimento foi essencial para a reerguida da vida. “Lá pude tirar meus documentos, fui atendido pelo consultório de rua e recebi o incentivo que precisava para buscar uma instituição de reabilitação”, contou. Atualmente Lindemberg não é mais dependente químico, está casado e conseguiu emprego em uma rede de supermercados.
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Texto: Vitória Vieira
Edição: Andrea Alves
Fotografia: Ascom/Sedhuc e Arquivo/Secom-JP -
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