Mais de 16 mil alunos
Rede municipal oferece atividades para o desenvolvimento humano e educacional das crianças
14/04/2022 | 14:00 | 1846
Nos primeiros anos de vida o incentivo ao desenvolvimento dos pequeninos acontece muito além dos conteúdos curriculares e, nos últimos dois anos, os pais e educadores tiveram desafios extras com a pandemia de Covid-19. Em João Pessoa, a rede educacional do município, por meio dos Centros de Referência em Educação Infantil (Creis) e escolas municipais com educação infantil, acolhem 16.350 crianças, matriculadas nas unidades que atendem desde o berçário até os cinco anos.
A coordenadora da Educação Infantil do Município, Sonaly Lima, explicou que os planejamentos sofreram alterações devido à pandemia, mas sem perder de vista a importância de oferecer as crianças acesso às atividades especiais, buscando reforçar e ampliar os potenciais dos pequenos. “Atualmente fazemos reuniões pedagógicas a cada 15 dias com gestores, professores e supervisores para planejamento, avaliação e reavaliação coletiva das nossas ações”, comenta.
Na avaliação de Sonaly Lima, o período inicial em que as crianças começam a frequentar a creche e a escola merece atenção redobrada por ser especial para todos – bebês, crianças, familiares, professores e funcionários. “O diálogo com os familiares, tempo e paciência são elementos importantes nesse processo de transição. É preciso explicar tudo que foi planejado: a rotina, horários, atendimentos, espaços e procedimentos em situações que fujam da rotina”, disse.
Para Nadja Maria, gestora administrativa do Crei Rebeca Cristina, em Mangabeira, cada fase tem suas particularidades, principalmente na rotina da unidade, na alimentação das crianças. “A fase mais crítica é no início do ano, quando tem muito choro devido ao afastamento temporário da mãe, que se reflete na alimentação, no sono, na interação com as outras crianças e funcionários. Depois, vão se estabelecendo os vínculos afetivos entre as crianças e as pessoas da equipe e seguimos com tranquilidade”, explica.
Acolhimento – Nesse Crei estão crianças de 6 meses a 3 anos e 11 meses de idade. “Nós buscamos escutar pacientemente, tirar dúvidas e receio das famílias. Fazemos visitas monitoradas nas dependências da unidade, apresentamos a rotina das atividades e da alimentação. Essa dinâmica é feita também com a criança. Contamos o que está acontecendo, buscando passar tranquilidade e segurança na voz e na nossa postura”, disse.
Nesse processo de adaptação dos pequeninos, o planejamento dos ambientes complementa as etapas de aprendizado, através do uso dos espaços, das cores, objetos, brinquedos e texturas que auxiliam as crianças em seu desenvolvimento diário, desde seu crescimento, maneira de ser, estar e pensar o seu mundo, enriquecidas com as trocas de experiências no convívio escolar com as outras crianças.
“Na infância muito dos aprendizados é absorvido através de brincadeiras. Aprende-se não só nas atividades desenvolvidas pelos educadores, mas também na interação entre eles em diversos momentos como na dança, canto, alimentação, observação, pintura e desenho”, reforça Walcira da Silva, supervisora escolar.
Para ela, a troca e o convívio entre as crianças é importante para o desenvolvimento individual e coletivo. Até mesmo os conflitos e desafios entre as crianças são fonte de aprendizado para os pequeninos, bem como para os educadores que têm que construir soluções para certos conflitos. “É nessa fase também que são ensinados princípios importantes do convívio social, como não bater no coleguinha, respeito aos mais velhos (pais, professores, funcionários), jogar lixo na lixeira, guardar os brinquedos após o final da atividade. O grande desafio é passar esses ensinamentos de forma lúdica, com instrumentos que despertem o interesses das crianças em aprender”, explica.
A servidora pública Elisângela Gonçalves, mãe de Jessica Maria, de 3 anos, conta que sua filha está matriculada no berçário do Crei Rebeca Cristina desde os seis meses de vida. “Conseguimos manter a relação e o desenvolvimento das atividades mesmo no período da pandemia. Minha filha é muito independente, quem chora com saudade dela sou eu”, brinca.
Com o retorno das atividades presenciais na creche, ela observou que foi visível a evolução de Jéssica. “Ela melhorou muito na alimentação e também no processo de desenvolvimento, passou a conversar mais e a interagir com outras crianças. Ela pede para ir para a creche”, conta.
A funcionária pública Andrelle Thalia, mãe de Rhuan Figueiredo, de 1 ano e 7 meses, conta que sua gestação aconteceu durante a pandemia e que Rhuan não chegou a frequentar o berçário devido ao período do surto. “Não tivemos dificuldade de adaptação. Ele é muito carinhoso. Vai para os braços de todos e se adaptou bem a rotina da creche”.
Na fase de Rhuan, é trabalhada na creche a linguagem oral. Nessa etapa as crianças ganham maior autonomia em seu deslocamento, segurar objetos e também aumentam o vocabulário. “Tenho observado que ele melhorou nos joguinhos do celular. Ele agora consegue unir figuras de acordo com o tamanho e formato”, revela a mãe.
Atividades – na creche as atividades são planejadas de acordo com a faixa etária das crianças, isso porque o estímulo dos sentidos vão se potencializando de acordo com a idade por meio do paladar, olfato, tato, audição e visão.
Segundo Walcira da Silva, supervisora escolar, nas creches são realizadas diversas atividades para estimular o desenvolvimento dos pequenos como contação de história, musicalização, atividades lúdicas com cores, formatos, texturas, letras e números. O espaço físico também auxilia nesse processo. As unidades possuem diversas áreas para desenvolvimento de atividades coletivas de recreação, como anfiteatro, parquinho, refeitório e ambiente para banho de sol.
“A cada 15 dias trabalhamos também atividades coletivas e bimestralmente é escolhida uma temática. Este bimestre será ‘Construindo minha História e Transformando meu Espaço’, adianta a supervisora.