Assistência
Rede Municipal de Saúde dispõe de serviços para auxiliar homens e mulheres no planejamento familiar
09/06/2019 | 14:00 | 2059
Viviane de Sousa sempre quis ter mais de um filho. Sete anos depois do primeiro bebê, ela aguarda ansiosa pela chegada de Isabela. A gestação de risco, em virtude da hipertensão e diabetes gestacional, aliada ainda ao suporte financeiro e estruturação familiar, fizeram com que a dona de casa planejasse, juntamente com o companheiro, a segunda gravidez. Em João Pessoa, a rede pública municipal oferece serviços e atendimentos para o planejamento familiar, desde métodos contraceptivos até procedimentos cirúrgicos, como laqueadura e vasectomia.
No caso de Viviane, ela conta que sempre esteve em diálogo com o marido com relação à chegada das filhas. “Tanto da primeira vez quanto agora, elas foram muito esperadas. A gente se planejou para o primeiro filho e depois desse tempo planejamos a segunda. Tive uns problemas de tireóide que atrapalharam um pouco, no ano passado. Mas, do intervalo da primeira pra essa agora a gente sempre se preveniu e esperamos o momento certo”, contou a gestante. Ela veio do município de Guarabira, no Agreste, e está internada no Instituto Cândida Vargas (ICV), na Capital, por conta do quadro de gravidez de risco.
Enquanto Viviane de Sousa aguarda para conhecer o rosto de Isabela, Geane da Silva deu à luz, no último dia 3, Gabriela. Após um trauma pela perda do primeiro filho, há quatro anos, ela finalmente conseguiu realizar o sonho de carregar o bebê nos braços. “O primeiro eu perdi. Ele nasceu com problemas no pulmão e só sobreviveu 14 horas. Foi um trauma pra mim. Agora, com ela aqui, eu não estou mais sozinha”, contou a jovem, de 25 anos, revelando ainda que seguiu as orientações de métodos contraceptivos no intervalo entre as duas gestações.
As orientações de planejamento familiar, para homens e mulheres, são oferecidas nas Unidades de Saúde da Família (USF). No ICV, há ainda atendimento para as mulheres que queiram implantar o dispositivo intrauterino (DIU) e ainda a realização da ligação de trompas e laqueaduras.
“Nós atendemos pacientes da Capital e dos municípios vizinhos, principalmente onde não há esse serviço de planejamento familiar nas USFs. Atendemos mulheres por demanda espontânea e também por encaminhamento dos postos de saúde. É muito importante esse trabalho porque nós conseguimos trabalhar com mulheres em situação de gravidez de risco, orientação para adolescentes, entre outros perfis”, destacou o diretor-geral do ICV, Juarez Augusto.
Ele lembrou ainda que as gestantes atendidas no ICV, antes mesmo da alta médica, já recebem orientações sobre métodos contraceptivos e procedimentos cirúrgicos, conforme os casos e desejo das mulheres.
Atendimento para homens – Ainda no planejamento familiar, os homens também têm o seu papel nos métodos contraceptivos. Além da disponibilização de preservativo, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) oferece ainda a vasectomia. O procedimento é realizado no Hospital Santa Isabel, por demanda espontânea. A instituição é a única na região metropolitana da Capital que disponibiliza o procedimento pelo Sistema Único de Saúde.
De acordo com a diretora-geral do Santa Isabel, Maria Dorinha Soares Macedo, são atendidos pelo menos 30 homens por mês e, no mesmo período, são realizadas, em média, 20 cirurgias de vasectomia. Ela explica que antes de realizar o procedimento, o paciente é acompanhado por uma equipe multiprofissional por dois meses.
“A demanda é espontânea e não precisa ir à unidade de saúde. O hospital tem uma equipe multiprofissional que acolhe e orienta esse paciente. A partir do momento em que ele procura o hospital, agenda uma consulta com o urologista e o médico faz a explanação com relação ao procedimento e encaminha o paciente para o serviço social e psicologia. Esse acolhimento é tanto para o paciente quanto para a companheira dele”, explicou Dorinha Soares.
Vasectomia – É um procedimento cirúrgico que interrompe a circulação dos espermatozóides produzidos pelos testículos e conduzidos para os canais que desembocam na uretra, impedindo a gravidez. O procedimento leva de 15 a 20 minutos e não há necessidade de internação hospitalar, podendo ser realizada em um ambulatório.
Legislação – A Lei 9.263 de 12 de janeiro de 1996 estabelece que, para a realização da vasectomia, é necessário que o homem esteja em capacidade civil plena, seja maior de 25 anos ou tenha pelo menos dois filhos vivos. Caso mantenha um relacionamento conjugal, a esterilização depende do consentimento de ambos.
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Texto: Secom-JP
Edição: Thadeu Rodrigues
Fotografia: Dayse Euzébio -
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