Setembro é o mês conhecido por chamar atenção aos cuidados para a prevenção ao suicídio. Mas, dentro da política de promoção à saúde mental, prevenção e combate ao suicídio, a Rede de Atenção Psicossocial (RAPs), da Prefeitura de João Pessoa, garante assistência à população durante todo o ano, com o tema sendo debatido e os cuidados sendo ofertados além do Setembro Amarelo.

“É super importante a campanha do Setembro Amarelo, mas tão importante quanto é o fortalecimento de ações ao longo do ano na prevenção e atenção as tentativas de suicídio, bem como o cuidado com a saúde mental. Para isso, temos a RAPs qualificada para atender e cuidar da população durante todo o ano, indo além das ações realizadas no mês de setembro”, destaca o Coordenador da Saúde Mental, Vinícius Suares.

Por meio da Área Técnica em Saúde Mental da Secretaria de Saúde de João Pessoa, a Prefeitura dispõe de quatro Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que são instituições destinadas a acolher pessoas com transtornos mentais e persistentes ou que fazem uso abusivo de substâncias psicoativas. Desses, três realizam o atendimento adulto e um é destinado ao público infanto-juvenil.

“Esses centros substituem a internação psiquiátrica, buscando a reinserção social através do tratamento. Nos centros, os pacientes recebem acompanhamento médico e psicológico, além de participar de oficinas, grupos terapêuticos, atividades esportivas e culturais com a finalidade de integrá-los em um ambiente social e cultural junto às famílias”, explica Vinicius Suares.

Além dos centros, a Rede de Atenção Psicossocial também é composta por uma Unidade de Acolhimento Infantil (UAI), um Pronto Atendimento em Saúde Mental (PASM), que funciona 24h, três residências terapêuticas, além de leitos em hospitais gerais. Os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) também têm acesso a acompanhamento psicológico e psiquiátrico nas Policlínicas Municipais localizadas nos bairros de Tambaú, Mandacaru, Jaguaribe, Cristo, Mangabeira, além da Policlínica da Pessoa Idosa.

O acesso é por demanda espontânea, podendo o usuário ir diretamente ao serviço, ou por encaminhamento através da Unidade de Saúde da Família.

Números – No Brasil, são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos e, mais de 1 milhão no mundo, de acordo com a página oficial da Campanha Setembro Amarelo. Em João Pessoa, no ano de 2020 foram 48 óbitos e neste ano, até o início do mês de agosto, 13 pessoas tiraram a própria vida. Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de João Pessoa.

Ainda de acordo com os dados do Sistema, o perfil das vítimas de suicídio de maior ocorrência são homens de 20 a 69 anos, mas a maior prevalência é em jovens entre 20 e 29 anos. Entre 2010 e 2020 foram registradas 13.980 lesões autoprovocadas, desse número, 19,5% representam residentes que tentaram o suicídio.

Em 2020, foram registrados 1589 atendimentos para violência autoprovocadas. Este ano, até a primeira semana do mês de agosto, já eram 640 atendimentos. 

Programação – Durante este mês, a Secretaria de Saúde realizará atividades em alusão ao Setembro Amarelo. A programação teve início com uma live realizada pelo Centro de Atendimento Psicossocial Infantil (Capsi) Cirandar sobre prevenção ao suicídio infantil. Na próxima sexta-feira (10), Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, o tema será debatido em evento será voltado aos profissionais da Atenção Especializada da rede municipal de saúde. A partir da segunda quinzena do mês, a Secretaria de Saúde também promoverá novas lives com especialistas na temática.

Mas, ao longo do mês de setembro, o tema será amplamente debatido nos serviços da rede municipal de saúde.

Setembro Amarelo – O ‘Setembro Amarelo’ é uma campanha brasileira de prevenção ao suicídio, que acontece desde 2015, por iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). O objetivo é promover eventos que abram espaço para debates sobre suicídio e divulgar o tema alertando a população sobre a importância de sua discussão.