Semana Santa

Público assiste ao espetáculo Paixão de Cristo sob chuva e se emociona com interpretação

29/03/2024 | 13:00 | 454

O espetáculo Paixão de Cristo 2024, realizado pela Fundação Cultural de João Pessoa, estreou, nesta quinta-feira (28), com um grande público. Uma verdadeira multidão lotou o Adro do Centro Cultural São Francisco e, mesmo sob chuva, se manteve firme para assistir à estreia. Nesta sexta-feira (29) e sábado (30), acontecem duas apresentações por noite, às 18h e às 20h30.

“Foi realmente uma estreia muito especial do ponto de vista estético, artístico, mas, sobretudo, pela dedicação que os atores e atrizes envolvidos no espetáculo tiveram. Foi uma noite para não ser esquecida. Nós, da Funjope e da Prefeitura de João Pessoa, somos todos gratidão aos atores, às atrizes, aos técnicos, à equipe do Museu de São Francisco pela acolhida ao nosso projeto, especialmente, à pessoa do padre Marcondes Meneses, que sempre se dedica a nos ajudar a realizar nossas ações culturais ali”, declarou o diretor executivo da Funjope, Marcus Alves.

Ele ressaltou que foi realmente uma noite mágica e única para a arte e a cultura de João Pessoa. “Poder ofertar à cidade, ao morador, ao turista um espetáculo com essa grandiosidade, que envolve músicos, atores, atrizes, bailarinos, é realmente uma experiência única. Estão todos de parabéns”.

O diretor geral do espetáculo Edilson Alves confessou que a ansiedade antes do início da encenação é muito forte, mas no final, quando dá certo, só há motivo para comemoração. “Eu acho que a ansiedade antes da estreia faz bem quando conseguimos controlar e isso é importante. Consideramos a estreia como um casamento ou um filho que está nascendo”, pontuou.

Tudo isso, segundo ele, causa nervosismo porque a intenção é que tudo dê certo, as cenas, a iluminação, a sonoplastia, e isso, como acrescenta, faz parte do contexto de uma estreia. Na Paixão de Cristo, conforme o diretor geral, estão envolvidas quase 180 pessoas entre técnicos, atores, atrizes, bailarinos, bailarinas e produtores.

A diretora da Companhia Municipal de Dança, Stella Paula Carvalho afirmou que é um prazer contribuir para a Paixão de Cristo. “Estamos participando mais um ano desse evento maravilhoso que é a Paixão de Cristo. É uma maravilha e reforça nossa experiência trabalhando com tantos atores, pessoas de teatro, circo, dança, música. É muita união e uma festa da nossa cultura”. A Companhia Municipal de Dança participa como os anjos e no bacanal de Herodes.

O espetáculo tem coreografia de Evana Arruda, com a colaboração de Maxwell Araújo. “A cada espetáculo, mesmo sendo a mesma temática, é uma vivência nova, são músicas novas, é um laboratório novo. Todo mundo se entrega e leva para o público uma emoção diferente a cada dia porque o tema, por si só, já emociona demais e é impossível não se emocionar e não se entregar para um espetáculo dessa dimensão”.

Público – O público que lotou o Adro do Centro Cultural São Francisco se emocionou com o espetáculo. “Eu acho esse espetáculo muito bem elaborado e muito bem dirigido. Eu sou suspeita para falar porque sou a mãe de Robert Sodré (um dos atores do espetáculo) e o ano todo fico esperando chegar esse momento. A Funjope está de parabéns, todos estão de parabéns. Um espetáculo belíssimo”, declarou Guiomara Sodré.

“Esta é a primeira vez que venho assistir e é uma emoção muito grande”, resumiu a dona de casa Érica Silva. Já para o aposentado Alexandre Dionil, esta foi a primeira de muitas. “É uma mensagem que, sem sombra de dúvida, os atores deixam para nós, do amor do Senhor pelo mundo, por cada um de nós. É uma história que sempre emociona e jamais será esquecida a passagem do Senhor pela Terra”, observou.

A bombeira civil Eliane Silva Araújo considera a realização do espetáculo muito importante para a cultura de João Pessoa e do Brasil inteiro. “Realizar um espetáculo como este, todo ano, é uma maravilha. Todo ano venho com minha filha, que é autista. Ela é atriz também e vem prestigiar. Foi perfeito. A Funjope, a direção, os atores, todos estão de parabéns”, elogiou.

Para Francijane Cavalcanti, que é atriz, a realização de um espetáculo como este mantém uma tradição. “É importante manter essa tradição do teatro dentro das artes cênicas, a interpretação. O nosso estado ainda é carente de espetáculos, de trabalhos artísticos, e esse trabalho que a Funjope faz é importantíssimo. Que isso se mantenha e que cresça cada vez mais. Parabéns à Funjope”, parabenizou.

Atores – Se para o público ver o espetáculo foi emocionante, para os atores e atrizes que participaram o momento teve um sentido ainda maior. A atriz Paloma Bernardi afirmou estar muito feliz. “Estou me sentindo honrada com esse convite. Já me sinto em casa. Fui tão recebida por todos. É um time muito talentoso em todas as áreas, figurino, cabelo, maquiagem, cenário, o elenco, a direção, a produção. Tudo incrível”.

Ela ressaltou estar feliz também por poder contar essa história. “Já contei algumas vezes, já fiz outras Paixões de Cristo, mas esta é diferenciada, tem toda uma questão circense, tem música, tem dança. Mas, ainda assim, a essência da Paixão de Cristo está ali no espetáculo e eu tenho certeza de que o público, mesmo que conheça a história, vem aqui e o coração pode estar diferente naquele momento, pode tocar de maneira mais profunda, mais emotiva, mais reflexiva. Sempre emociona”.

O ator Leandro Lima também afirmou estar honrado por interpretar Jesus, principalmente em João Pessoa, sua terra natal. “Um personagem que é tão importante e que eu acho que cada um tem dentro de si. Eu acredito muito nisso, que Deus e Jesus, que é filho de Deus, estão dentro de nós. É como se eu estivesse representando cada uma das pessoas que vem assistir e que crê em Jesus. É uma honra e uma felicidade”, disse.

A atriz Jô Carvalho, que interpreta Verônica no espetáculo, afirmou que participar do projeto Paixão de Cristo é um misto de muito trabalho, muita entrega e muitas emoções. “É um espetáculo do qual participo pelo terceiro ano consecutivo e é um processo muito especial porque fazemos tudo com muito carinho, cuidado, preocupação para poder entregarmos o melhor produto para a plateia. É para o público que fazemos. Essa vivência de um espetáculo em frente a um monumento histórico é de muita representatividade. Tudo isso está envolto nesse conjunto de emoções”, avaliou.

Ana Raquel Apolinário, que interpreta Maria Madalena e também participa como figurante, afirmou que é sempre uma alegria e um frenesi muito grande participar do espetáculo. “Para nós, que somos cristãos, a minha participação vai para além da cena, do trabalho como atriz e sim, como cristã. É um momento muito singular e muito significativo para mim como pessoa. Então, sempre que interpreto, e este já é o terceiro ano, é sempre um prazer estar participando com colegas artistas de longa data e é uma honra estar aqui”.

Integração – A Funjope trabalha de maneira integrada num espetáculo grandioso como a Paixão de Cristo, reunindo desde as secretarias municipais como a de Infraestrutura (Seinfra), Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Emlur na limpeza urbana, Guarda Municipal, até outros órgãos, como a Polícia Militar.

Elenco – Os atores selecionados em edital são Alexandra Oliveira, Alex Lessa, Anna Raquel Apolinário, Bruno Constantino, Denis Almeida, Edvan Lima, Estéfane Dantas, Gigliolla Melo, Gilma Farias, Riquê Casttilho, Ingrid Trigueiro, Itamira Barbosa, Papa Macedo, Jô Carvalho, Jorge Félix, Tony Silva, Josemberg Pereira, Cely Farias, Ludmila Patriota, Flávio Melo, Melânia Silveira, Marcelo de Sousa, Márcio de Paula, Marcos Brandão.

Nessa lista estão ainda Miguel Reberth, Neiry Karla, Nyka Barros, Railson Almeida, Robert Sodré, Robson Oliver, Sérgio Nazza, Sofia Roque, Sônia Pontes, Dadá Venceslau, Hugo Lucena, Vlad Santiago, Wallace Avellar, Walter Olivério, Aquiles Nud.

Programação – Assim como na edição de 2023, além da noite de estreia, a história de Jesus será novamente encenada nesta sexta-feira (29) e no sábado (30), em duas sessões, às 18h e 20h30. A expectativa é reunir um público de 10 mil pessoas em cada apresentação.

  • Texto: Lucilene Meireles
    Edição: Lilian Moraes
    Fotografia: Daniel Silva

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