Lei Aldir Blanc
Projetos contemplados mostram força da produção cultural de João Pessoa
04/03/2021 | 11:08 | 2039
Enquanto os municípios pedem a continuidade da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc,criada para diminuir os impactos da crise causada pela pandemia da covid-19 no setor cultural, os projetos já contemplados estão se tornando realidade em João Pessoa. Na área de dança e artes visuais, por exemplo, são 21 propostas, das quais nove de artes visuais e 12 projetos de dança que abordam temas e formatos diversos.
“Esses primeiros resultados que começam a aparecer, de apresentações dentro da Lei Aldir Blanc, mostram a força, a potência que têm os nossos artistas, produtores, grupos de cultura. Todos eles, de algum modo, se mobilizaram em torno da Lei Aldir Blanc, não apenas por conta da ajuda emergencial – que é importante e foi fundamental para esse período – mas principalmente para garantir a continuidade dos seus projetos”, destacou o diretor-presidente da Fundação Cultural de João Pessoa, Marcus Alves.
Segundo ele, o que os artistas reivindicam é atenção nesse período que impede a realização de shows, apresentação, “O que os nossos artistas nos dizem, e eles têm toda a razão, é que num momento de pandemia é preciso socorrê-los, mas é fundamental abrirmos espaço para a expressão criativa da arte e da cultura”, acrescentou.
E justamente em razão da pandemia, a maioria das ideias é colocada em prática de forma remota e os projetos têm que ser executados até o mês de abril. Os presenciais aguardam retorno do Governo Federal sobre prorrogação do prazo de execução e, apesar de toda dificuldade, os projetos mostram a força da produção cultural de João Pessoa, que não parou, mesmo em meio às restrições.
A produção ‘A Roda’, por exemplo, propõe a realização de apresentações para escolas da rede municipal de ensino, envolvendo oficinas e debates com os estudantes. Há o projeto cultural ‘Quilombola Luzes do Amanhã’, que prioriza as danças dos quilombos.
O arte-educador Jarrier Alves Dantas, autor do projeto ‘Saturação’, que é presencial, elogiou a iniciativa da Lei Aldir Blanc, mas está preocupado com a segurança em saúde diante da pandemia da covid-19. “Estamos com a estrutura montada para ensaio, mas aguardando a redução dos números da doença”, disse.
Segundo ele, o projeto faz uma crítica à cultura de observar a vida do outro. “Tem que ser na rua, precisamos de público, mas estamos preocupados com a doença e vamos ficar na expectativa. É possível fazer de forma remota, mas não vai ter a mesma mágica de ser presencial”, afirmou.
O projeto ‘Corpo Griote: Tramaturgia de um corpo que dança memórias’ chega ao público em formato de webinário, através das plataformas virtuais com a oficina prático-teórica do processo criativo ‘Flor de urucum go’, recorte de uma pesquisa de mestrado, e ainda uma oficina para compartilhar de maneira prática a metodologia.
Ainda no âmbito da dança, há os projetos ‘Fases’, ‘A suculência das águas’, ‘Suspensão’, ‘DNA Show’, ‘Jackson Live’, além da apresentação do Clube de Orquestra Sai da Frente Dona Emília.
No contexto das artes visuais, a lista inclui o projeto ‘Texturas – Adriana Trevizan’, ‘Contemporâneo -Texturas e Luxury – Manuella Trevisan’, ‘Arte urbana pessoense nos anos 1980 – o caso de Sandoval Fagundes’, ‘Uno, Diverso e outros bichos’.
A lista inclui também os projetos ‘Conceitos de arte e natureza’ – curso de qualificação profissional, a ‘Exposição Caminhos’, os projetos ‘Há algo mais’, ‘Mulher Livre, sim senhor’ e ‘Navegando no Vale do Gramame’ em xilogravuras.
Lei Aldir Blanc – A Lei Aldir Blanc foi criada para garantir uma renda emergencial a profissionais do setor cultural. Em João Pessoa, se inscreveram 378 projetos, dos quais 359 foram aprovados. Ainda restam R$1.8 milhão aguardando autorização do Governo Gederal para ser investido em mais editais.
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Texto: Lucilene Meireles
Edição: Neide Donato
Fotografia: Assessoria -
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