UPA ou USF?
Programa ‘Saúde no lugar certo’ orienta a população sobre os locais mais indicados para cada tipo de assistência
04/08/2023 | 19:00 | 688
Na hora de buscar assistência para uma doença ou agravo, muitas vezes o usuário fica em dúvida qual serviço é o mais adequado. Para orientar sobre onde o cidadão pode encontrar assistência para cada situação, a SMS mantém o programa ‘Saúde no lugar certo’, que tem como objetivo diminuir o tempo de espera para atendimento ou a busca por assistência em locais errados por parte da população.
A partir do programa, as equipes de saúde da SMS realizam orientações constantes aos usuários nos serviços da rede municipal, em salas de espera, distribuição de panfletos e em cartazes explicativos sobre o tipo de assistência prestada em cada serviço e quando buscá-los. Nesse contexto, a maior dúvida da população é quando deverá ser atendido em uma Unidade de Saúde da Família (USF) ou em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
De acordo com o secretario de Saúde da Capital, Luis Ferreira Filho, um dos pontos a ser observado é o nível dos sintomas apresentados pelo paciente. “Se o paciente tem sintomatologia leve, ou seja, uma tosse, nariz escorrendo, febre baixa que passa quando toma antitérmico, não precisa de acompanhamento em ambiente hospitalar, ele pode e deve ser atendido em uma unidade básica de saúde. Se, obviamente, forem sintomas mais intensos, as unidades de pronto atendimento e as unidades hospitalares da nossa rede, que atuam como porta de urgência e emergência, estão à disposição para prestar a assistência” orienta.
Atenção Básica – Toda a assistência prestada pela rede SUS da Capital inicia nas unidades de saúde da família. É na Atenção Primária onde a população tem acesso a atividades e serviços individuais e em grupo, além de consultas médicas, odontológicas, enfermagem, pré-natal, acompanhamento de criança, entre zero e dois anos, atendimento de crianças, adolescentes e idosos, hipertensos, diabéticos, tuberculose, hanseníase, coleta de exames citológicos e de análises clínicas, curativos, vacinação, farmácia, planejamento familiar.
Pessoas com sintomas de gripe, tontura, dor abdominal, mal-estar, diarreia, vômito e conjuntivite devem ir à USF mais próxima de sua casa para atendimento. Nas unidades, também é prestada assistência para casos de hipertensão, diabetes, gestantes com as consultas do pré-natal e obesidade.
Atualmente, a rede municipal conta com 203 equipes de saúde que trabalham espalhadas em 92 USFs. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 11h e das 12h às 16h. Com 82,43% de cobertura da cidade, os serviços do primeiro nível de atenção realizaram 979.388 atendimentos durante os primeiros seis meses de 2023, uma média de 160 mil atendimentos por mês, entre consultas com médicos, enfermeiros, dentistas, vacinação, entre outros.
“Se na unidade de saúde da família for constatada a necessidade de uma atenção especializada, o usuário será encaminhado a uma unidade de apoio especializada para ser acompanhado de forma ampliada. Na Capital, esses atendimentos acontecem através das policlínicas municipais”, destaca a diretora de Atenção à Saúde de João Pessoa, Alline Grisi.
Urgência e emergência – Na assistência pré-hospitalar estão inseridas as unidades de pronto atendimento, que são unidades de urgência e emergência para serviços de média a alta complexidade, sendo um ‘meio-termo’ entre as USFs e os hospitais. O atendimento é realizado de acordo com a classificação de risco, priorizando a gravidade dos casos.
A pessoa deve procurar uma UPA em casos como problemas de pressão, febre alta, cólicas renais, intensa falta de ar, convulsão, dores no peito e vômito constante. As unidades contam com serviços de raio-X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação.
“Muitas vezes, as UPAs ficam sobrecarregadas porque, no ato da triagem, verifica-se que o paciente está com sintomas leves, com classificação de risco azul, que gera um tempo de espera maior, uma vez que esses sintomas, a exemplo de uma tosse, coriza e febre baixa, devem ser tratados nas unidades básicas de saúde. As UPAs são destinadas a pacientes que realmente necessitem de um atendimento mais urgente e de um cuidado hospitalar”, explicou Alline Grisi.
A Rede Municipal de Saúde dispõe de quatro UPAs localizadas nos bairros Jardim Oceania, Valentina Figueiredo, Cruz das Armas e Bancários. As UPAs estão diretamente conectadas ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), à rede hospitalar de João Pessoa e à diretoria de regulação, que fica de sobreaviso para os encaminhamentos aos hospitais e serviços conveniados.
As unidades de pronto atendimento mantêm pacientes em observação, por até 24 horas, para elucidação diagnóstica ou estabilização clínica, encaminhando aqueles que não tiveram suas queixas resolvidas com garantia da continuidade do cuidado para internação em serviços hospitalares.
As UPAs da Capital realizaram 213.337 atendimentos no período de janeiro até junho deste ano. O número corresponde a uma média de 35,5 mil atendimentos ao mês. Entre os casos mais frequentes no primeiro semestre do ano estão síndromes gripais, arboviroses, infecção das vias aéreas superiores, doenças crônicas e crises de ansiedade.
Unidades de Saúde da Família (USFs) – Funcionam como porta de entrada do SUS e oferecem atendimentos de rotina como consultas, curativos, planejamento familiar, exames citológicos, pré-natal, tratamento odontológico básico, administração de medicamentos, vacinas, cadastros, atendimento multiprofissional, visitas domiciliares, teste rápido para ISTs, encaminhamento para especialidades médicas, práticas integrativas, obtenção de receitas e farmácia básica.
Caso apresente sintomas de gripe, tontura, dor abdominal leve, mal-estar, diarreia, vômito ou conjuntivite, a USF é o lugar correto para buscar atendimento.
Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) – Devem ser procuradas em casos de gastroenterites agudas, infecções das vias aéreas superiores, pneumonias, dor torácica, arritmias cardíacas, crises asmáticas, suspeita de acidente vascular cerebral, desidratações, colecistite, dor torácica, cortes com pouco sangramento, falta de ar intensa, crises convulsivas, dores fortes no peito, vômito constante.
Hospitais – Devem ser procurados apenas em situações de emergência que necessitam de internação, cirurgias, acompanhamento cirúrgico, maternidade, exames de imagem e casos mais complexos.
Samu (192) – O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência deve ser acionado em casos de urgências traumatológicas, problemas cardiorrespiratórios, intoxicação/envenenamento, queimaduras graves, trabalho de parto com risco para mãe e/ou bebê, crises hipertensivas, dores no peito súbitas, suspeita de Infarto ou AVC, agressão por arma de fogo ou arma branca, acidentes de trânsito, crises convulsivas e outras situações consideradas de urgência ou emergência, com risco de morte, sequela ou sofrimento intenso. O telefone de contato é o 192.
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Texto: Rebeka Paiva
Edição: Felipe Silveira
Fotografia: Sérgio Lucena -
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