Mais de 50 bairros

Equipes da Prefeitura de João Pessoa realizam visitas domiciliares para monitoramento da vacinação em crianças

14/09/2024 | 12:30 | 58

O primeiro dia da ação de visitas domiciliares para Monitoramento Estratégico de Vacinação (MEV) ocorreu neste sábado (14) e segue neste domingo (15), com equipes de saúde da família atuando em diversos bairros da Capital. A iniciativa, realizada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), visa identificar áreas com baixa adesão às vacinas e promover ações corretivas, a fim de prevenir a reintrodução de doenças graves, como sarampo e poliomielite. Ao todo, 55 bairros foram incluídos na operação, visando a verificação de cerca de três mil cadernetas de vacina de crianças menores de cinco anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias).

Os resultados dessa pesquisa são essenciais para a vigilância sanitária e epidemiológica, permitindo a avaliação do risco de exposição da população a doenças preveníveis por meio da vacinação. A identificação de áreas com índices mais baixos de pessoas suscetíveis possibilitou a implementação de ações corretivas para elevar as coberturas vacinais nessas regiões.

Fernando Virgolino, coordenador da Seção de Imunização da Prefeitura de João Pessoa, destacou a importância do monitoramento. “A ação vai permitir que a gente identifique as coberturas vacinais nos bairros, possibilitando a correção imediata de atrasos para poliomielite e sarampo. Assim, podemos direcionar melhor as nossas ações e melhorar a imunização onde há mais necessidade”, frisou.

Durante a ação, moradores expressaram apoio à iniciativa. Katia da Silva, mãe de Ismael Henrique, de 1 ano e 5 meses, na comunidade Santa Bárbara, Paratibe, comentou que essa ação reforça a conscientização dos pais nos cuidados com seus filhos. “É bom pra saber se realmente a mãe ou responsável está cumprindo o seu dever. Para ajudar na saúde da criança, porque se a gente não vacinar nossas crianças, corre o risco delas pegarem uma doença e gerar algo pior. Eu me sinto bem segura com essa atividade”, contou.

Valeska Franco, mãe de dois filhos de 6 meses e outro de 2 anos, também recebeu a visita da equipe em sua casa e elogiou o serviço. “Essa visita significa que a Prefeitura de João Pessoa está de olho na vacinação das crianças, que tem mãe que não consegue ir, que trabalha e não consegue levar as crianças a um serviço de saúde. E as equipes vindo em casa é bom para as mães que não podem levar”, reforçou.

As equipes que realizaram as visitas foram devidamente capacitadas e estiveram identificadas, uniformizadas e credenciadas para executar o monitoramento. Mécia Cardoso, enfermeira responsável pela equipe, comentou que ficava feliz por contribuir para a vida de cada criança. “A importância dessa ação com as crianças é grande, porque de casa em casa é que a gente realmente vai ver se as vacinas estão em dia. Mesmo as mães dizendo que levam as crianças à unidade de saúde, muitas vezes elas não comparecem. Essa iniciativa da prefeitura é excelente”, disse.

Segundo a organização, as equipes que concluírem as pesquisas ainda neste sábado não precisarão participar no domingo. Caso alguma equipe não consiga completar o ciclo da pesquisa, essas deverão retornar a campo neste domingo.

Sobre a Pólio – O Brasil não detecta casos de Poliomielite desde 1990 e, em 1994, o País recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) a certificação de área livre de circulação do Poliovírus Selvagem (PVS). Desde então, o Brasil tem trabalhado para manter as metas necessárias à preservação dessa condição, como a manutenção de altas e homogêneas coberturas vacinais e a vigilância epidemiológica das paralisias flácidas agudas (PFA).

Nos últimos dois anos, o país foi classificado como de muito alto risco (2022) e alto risco (2023) para a reintrodução do poliovírus selvagem e o surgimento de poliovírus derivado vacinal.

Sobre o Sarampo – O sarampo, que está em processo de eliminação no Brasil, teve seu vírus reintroduzido no Brasil em 2018. A baixa cobertura vacinal levou à disseminação da doença, resultando em 29.712 casos confirmados entre 2019 e 2022. O último caso confirmado ocorreu em junho de 2022. Desde então, o Brasil permanece há mais de 23 meses sem novos casos, evidenciando a interrupção da transmissão.

Em janeiro de 2024, um caso importado foi registrado no País, mas a resposta rápida das autoridades conseguiu interromper a cadeia de transmissão, sem novos casos secundários.

O Monitoramento Estratégico de Vacinação foi uma das ações prioritárias para o processo de recertificação da eliminação endêmica do sarampo, conforme exigido pela Comissão Regional de Monitoramento e Reverificação da Eliminação do Sarampo, da Rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) nas Américas.

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