A Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur) está construindo um novo modelo sustentável da política de coleta seletiva na cidade de João Pessoa, em conjunto com associações de catadores, Ministério Público da Paraíba (MPPB) e Ministério Público Federal (MPF). Na manhã desta quarta-feira (27), representantes das entidades se reuniram na sede da Autarquia para definir melhorias para as atividades de reciclagem nos próximos três anos, incluindo capacitação, construção e revitalização de galpões.

Conforme o superintendente da Emlur, Ricardo Veloso, um modelo viável de política pública do ponto de vista econômico para as associações de catadores está sendo elaborado. “Estamos construindo esse projeto de maneira conjunta, ouvindo todos os envolvidos, para resgatar esta atividade tão importante para o meio ambiente”, afirmou.

Ricardo Veloso afirma que foi iniciado o processo de construção de novo galpão para a associação Acordo Verde, que atualmente desempenha suas atividades na unidade de Mangabeira, a qual passará por uma revitalização. A associação utilizava dois galpões de coleta seletiva, até que um incêndio destruiu a unidade dos Bancários. O novo prédio será construído no mesmo local.

O presidente da Ascare, Kelson Santos, falou sobre o desejo de emitir nota fiscal da venda de produtos recicláveis para empresas. “Nós prestamos um serviço ao meio ambiente e à sociedade, e queremos fazer isso de uma maneira mais profissional, que garanta mais negócios aos associados”, comentou.

Programa modelo – O procurador do MPF, José Godoy Bezerra, pretende que seja criado um programa modelo de reciclagem. “Queremos que esta política pública funcione de maneira mais efetiva, de modo que a capacidade de reciclagem dos resíduos seja ampliada significativamente nos próximos três anos”, disse.

O promotor do MPPB, José Farias, defende a realização de uma campanha educacional com a população, a fim de que entenda os benefícios da reciclagem ao meio ambiente. “Precisamos sensibilizar as pessoas de que a geração de resíduos é responsabilidade de todos. A partir daí, o trabalho dos catadores será facilitado”, explicou ele.

Associações – As associações beneficiadas pela Emlur são: Acordo Verde, que atualmente desempenha suas atividades na unidade de Mangabeira; Ascare, que utiliza um galpão no Bessa e outro em Cabo Branco; Tribo de Judá, no Bairro dos Estados; e Astramare, no aterro sanitário.

A Emlur disponibiliza alimentação, equipamentos de proteção individual e veículos para coleta dos materiais às associações de catadores. As associações passaram a receber o apoio da Emlur pelo cumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público Federal, em razão do fechamento do antigo lixão do Roger.

No local, diversas famílias trabalhavam de forma autônoma na coleta de resíduos para venda e subsistência. Com o fim das atividades do Lixão, foi acordado que a Emlur apoiaria as famílias – já organizadas em associações – na coleta de resíduos, mas, de uma forma adequada.