Enrocamento na base da falésia
Com segunda etapa em andamento, PMJP avança com obras pioneiras de proteção da Barreira do Cabo Branco
06/03/2020 | 15:02 | 1721
Por décadas, os problemas da erosão da Barreira do Cabo Branco foram tema de debates e cobranças ao poder público, situação que já ficou no passado desde que a atual gestão da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) iniciou, de forma pioneira, a primeira obra concreta para proteger a falésia e minimizar os efeitos naturais causados pela erosão. Prova disso é que mais do que iniciar as obras, os trabalhos já estão em ritmo avançado na segunda etapa, que consiste no enrocamento do sopé da Barreira, ou seja, colocação de pedras para proteger a base da falésia. Na manhã desta sexta-feira (6), o prefeito Luciano Cartaxo, vistoriou as obras.
Quem passa pelo trecho em obras, no final da Avenida Cabo Branco, próximo à ladeira, pode conferir os trabalhos que visam proteger um dos principais cartões postais naturais da cidade. Homens, máquinas e pedras fazem o que antes era discurso, se tornar um trabalho consistente, que busca de maneira prática, uma solução para a erosão causada pelo impacto das águas do mar na barreira, associada aos problemas causados pela construção de empreendimentos no alto da barreira sem as necessárias obras de drenagem.
O enrocamento, ou seja, a colocação de pedras no sopé da barreira funcionará para evitar que o mar atinja a falésia na mesma intensidade e continue provocando sua erosão. “Nesta segunda etapa está sendo construída uma mureta formada pelas pedras para evitar o contato do mar com a base da falésia, diminuindo assim o ritmo erosivo, pois toda vez que o mar atinge, ele cava a base da barreira e leva consigo sedimentos, fazendo a falésia se acomodar. Estamos construindo esta proteção com as rochas, para minimizar este impacto, e depois daremos sequência com as demais etapas”, explicou o prefeito Luciano Cartaxo.
De acordo com a secretária de Planejamento da PMJP, Daniella Bandeira, a etapa do enrocamento segue um ritmo diferenciado de obras, uma vez que é feita na praia e depende do movimento da maré. “Esta obra só pode ser executada com a maré baixa, por isso temos duas equipes que trabalham em horários diferenciados respeitando esta questão”, explicou.
A primeira etapa da obra, considerada a mais importante na parte continental da Barreira, é a drenagem, que está sendo executada inteiramente com recursos próprios da Prefeitura Municipal de João Pessoa paralelamente à segunda etapa. A construção da rede de drenagem consiste na implantação de 10 novos trechos que irão se integrar à rede já existente no entorno dos bairros Altiplano e Seixas.
Essa intervenção da nova rede de drenagem disciplina o curso da água das chuvas até a praia, reduzindo o impacto já que o lançamento das águas pluviais passa a ocorrer em dois pontos de emissão que foram reforçados para receber a nova rede nas praias do Seixas e do Cabo Branco. A capacidade de escoamento é quatro vezes maior, dados os tamanhos das manilhas instaladas, substituindo as anteriores de 400 de diâmetro por novas manilhas de 1.500 de diâmetro. A área total de contribuição da rede de drenagem equivale a 173 hectares.
A etapa do enrocamento e as seguintes, ou seja, a engorda da faixa de areia e construção dos gabiões marinhos intercalados com a linha de corais existente, integram o projeto que passou a ser submetido a análises no Governo Federal desde 2017 e que, após a aprovação em sua integralidade, contou com o apoio da bancada federal paraibana para a liberação dos recursos, o que ocorreu em novembro do ano passado.
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Texto: Secom-JP
Edição: Neide Donato
Fotografia: Dayse Euzébio -
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