Saúde coletiva
Centro de Zoonoses realiza ações preventivas que reduzem incidências de pragas urbanas
19/02/2021 | 08:00 | 2035
O Centro de Controle de Zoonoses,vinculado à Secretaria de Saúde da Prefeitura de João Pessoa, realiza um trabalho preventivo feito em bairros e comunidades da cidade, com ações que vão da orientação à dedetização com inseticidas e raticidas para o controle de pragas. Ratos, baratas, escorpiões, mosquitos, insetos, pombos e caracóis africanos são pragas urbanas que cercam nossas casas. A proliferação desses animais se dá, principalmente, pelo descarte incorreto de resíduos, como restos de alimentos e entulhos.
O monitoramento de pragas acontece com ações educativas e produtos químicos, de acordo com o chefe da divisão de Vigilância Ambiental, Nilton Guedes. “Atuamos no combate de quatro áreas que favorecem a proliferação das pragas: água, acesso, alimento e abrigo. Realizamos também palestras educativas em escolas, obras de construção civil, fábricas e disponibilizando material educativo explicando a importância desse controle e do engajamento da população”, explicou.
Para combater os focos de dengue, Nilton Guedes explica que a população deve ser mobilizadora junto à família, vizinhos e amigos para eliminar pontos de água parada, ajudando, assim, a combater os focos que podem virar criadouro do Aedes aegypti.
“Temos trabalhado com orientações e ações pontuais nas comunidades, com intuito de evitar o ciclo de transmissão da doença, mas nesse momento de pandemia, temos que fazer um trabalho coletivo e a população deve estar mobilizada, observando dentro de suas casas se há locais que possam estar acumulando água”, destacou.
Além do controle do mosquito Aedes aegypti, o Zoonoses realiza também o controle das muriçocas. “João Pessoa é uma cidade com muitos córregos urbanos e isso favorece a reprodução das muriçocas. O principal controle é fazer com que a água não fique parada, pois os mosquitos levam sete dias para completar o ciclo de reprodução e seus ovos ficam na superfície da água. Diferente da dengue, as muriçocas eclodem todas de uma vez só e por isso a quantidade parece formar uma nuvem de mosquito”, concluiu Guedes.
Ainda segundo ele, a Capital reduziu a quantidade de pessoas com leptospirose, transmitida pela urina dos ratos, e principalmente os óbitos. “Estamos realizando um trabalho ostensivo no combate dessa doença”, afirmou.
Escorpiões – Para combater os escorpiões, o Centro de Zoonoses insiste em fazer um trabalho de orientação de como as pessoas podem evitar os riscos de acidentes com escorpiões. “Geralmente, o que temos detectado é que as pessoas começam a armazenar entulho e isso se torna um bom abrigo. A presença de baratas e outros insetos resultam em um ciclo onde eles ficam se alimentando e se reproduzindo. Vale ressaltar que lançar inseticidas em esgotos não mata esses animais, apenas faz com que eles migrem para outras áreas”, explicou.
Caso alguém seja picado por um escorpião deve procurar o Centro de Assistência Toxicológica da Paraíba (Ceatox), no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HU).
Pombos – Quem também se aproveita da boa oferta de comida são os pombos. “Ninguém dá comida a ratos, mas pombos todos alimentam porque acham bonitinho. Isso é um grande problema”, afirmou Guedes. Com um ambiente favorável à reprodução, essas aves se multiplicam. Porém, o que poucos sabem é que elas são vetores de ácaros, que causam alergias na pele e doenças respiratórias. A poeira de suas fezes também transmite criptocose, que afeta o sistema nervoso.
Outras pragas – Os caracóis africanos se tornaram uma praga, pois encontraram no Brasil condições favoráveis para sua reprodução. “Não há predador, por isso não têm um controle especifico. Eles preferem principalmente áreas com vegetação, como quintais e regiões com muita areia. Como forma de controle é necessária a limpeza e retirada da vegetação da região onde esses animais habitam”, disse Nilton Guedes.
Mapeamento
Roedores: As margens de rio e locais com muita água contribuem para a proliferação de ratos. Localidades mapeadas: Comunidades São José, São Rafael, São Luiz, Timbó, Capim, do S, Cristo, Varjão, Cruz das Armas, Oitizeiro, Bancários, Timbó, Varadouro e Mandacaru.
Caracol: É muito comum ser encontrado na praia de Tambaú e Cabo Branco, mas já temos relatos de coletas em outros locais.
A forma correta de fazer a catação é proteger as mãos com luvas e colocá-los em um balde com água e sabão por 15 a 20 minutos. Depois é só jogar essa água no esgoto sanitário, recolher os bichos e entregar a coleta. Eles morrem afogados porque são animais pulmonares.
Serviço – O Centro de Vigilância Ambiental e Zoonoses de João Pessoa tem importância fundamental para a saúde coletiva da população pessoense, cuja função original é o combate das enfermidades zoonóticas. O centro está localizado à Avenida Walfredo Macedo Brandão, n° 100, Bancários. O serviço disponibiliza os telefones 3218- 9357 e 3214-5718 disk dengue para atendimento à população.
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Texto: Carolina Queiroz
Edição: Katiana Ramos
Fotografia: Ivomar Gomes -
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