A Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur) disponibiliza atendimento psicológico aos agentes de limpeza e seus familiares, incluindo cônjuges e companheiros, pais e filhos. O serviço contribui para que as pessoas possam enfrentar situações que estão interferindo na vida cotidiana, seja no âmbito do trabalho ou pessoal.

O superintendente da Emlur, Ricardo Veloso, destaca a importância do serviço no ambiente de trabalho para facilitar o atendimento dos servidores. “Precisamos cuidar de quem cuida da cidade. E este cuidado passa também pelo viés da saúde mental”, enfatiza.

O setor Psicossocial é formado por quatro psicólogas. Uma delas, Adriana Guedes, explica que as situações apresentadas pelos pacientes são diversificadas, assim como as realidades das pessoas. “Há quem está com sofrimento moderado, outras com um grau maior. O importante é buscar atendimento para ter mais autoconhecimento e segurança para lidar com as situações da vida”.

Entre os problemas mais comuns, Adriana Guedes cita separações conjugais, questões financeiras e uso de álcool e drogas por membros da família. O atendimento é também para o público infantil e adolescente. Nestes casos, os pais assinam um termo de compromisso para realização da terapia.

“As crianças pedem aos pais para vir. Quando a vida do casal não está boa, a criança percebe, sofre e até adoece com a situação, ficando mais reclusa”, explica a psicóloga. Ela enfatiza que todo o atendimento é sigiloso, inclusive com as crianças. A exceção é quando a criança conta um fato que pode comprometer sua integridade física. Neste caso, a profissional pede permissão da criança para chamar os pais e ela mesma possa relatar a situação.

Retomada – A servidora do setor de Capacitação da Emlur, Monica Amorim, fez psicoterapia numa clínica privada há alguns anos, mas deixou o atendimento por questões financeiras. Há dois meses, ela decidiu ser atendida pelo serviço gratuito no seu local de trabalho e já sente resultados.

“Aqui nós temos excelentes profissionais e pra mim está sendo muito bom, estou adorando. Meu atendimento é semanal, mas no dia que eu perco por alguma razão, é horrível, porque quebra a dinâmica do processo. Já estou lidando melhor com as situações que me levaram a procurar o serviço psicossocial”, conta Monica Amorim.

Rede de apoio – No caso de pessoas com maior sofrimento psíquico, há o encaminhamento para os Centros de Apoio Psicossocial (Caps), com integração à rede de saúde mental municipal. “Há pacientes em situação de automutilação e com ideação suicida”, afirma Adriana Guedes. A rede ainda é composta pelo Pronto Atendimento em Saúde Mental (Pasm), que atende urgências psiquiátricas e funciona no Complexo Hospitalar Governador Tarcísio Burity (Ortotrauma de Mangabeira.)

A psicóloga comenta que a regularidade do acompanhamento vai depender do desenvolvimento do paciente. “Os casos mais sensíveis são atendidos semanalmente. Mas há quem faça o acompanhamento quinzenal e mensal”.

O serviço também pode ser utilizado por quem está passando por uma situação pontual, como o caso de não ter chegado bem no ambiente de trabalho. “Temos um espaço para a escuta de quem sofreu uma tentativa de assalto no dia e não está bem por conta disso, ou teve algum aborrecimento momentâneo. Se o problema não for sanado, a pessoa pode voltar”.

O agendamento é feito no Setor Psicossocial, localizado na sede da Emlur. O atendimento é de segunda a quinta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h. Às sextas-feiras, o serviço é prestado apenas pela manhã. Já no momento do agendamento, é feita uma breve escuta do interessado no serviço para tranquilizá-lo.

Porta de entrada – Nas últimas quintas-feiras de cada mês, o setor Psicossocial realiza uma reunião do Grupo Terapêutico para Mulheres, um momento para que as servidoras possam desenvolver o empoderamento pessoal a partir de vivências sobre assuntos debatidos em grupo. Conforme Adriana Guedes, os encontros do grupo servem como porta de entrada para o serviço psicossocial.

As reuniões contam com participações de representantes da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres (SEPPM) e da Secretaria Municipal de Saúde, que tratam temas específicos do universo feminino e indicam atendimento referenciado. Os encontros são divididos em duas turmas: das 9h às 11h e das 14h às 16h.

O setor Psicossocial ainda realiza a Roda de Diálogo nas administrações da Emlur, informando os agentes de limpeza sobre o serviço de psicologia. As visitas são quinzenais e, nas ocasiões, há representantes do setor Médico e da Divisão de Bem-Estar Social.

Alcoolismo – A Emlur conta com um grupo de apoio aos alcoólicos anônimos. O nome é Limpando a Mente. O serviço tem poucos integrantes, mas vem fazendo a diferença na vida das pessoas, inclusive, dos moradores das ruas próximas, aponta Adriana Guedes. As reuniões ocorrem todas as sextas-feiras, às 14h, na sala do Setor Psicossocial.