O 1º Festival Internacional de Cinema de João Pessoa (FestincineJP) chega a seu último dia nesta terça-feira (30) com uma programação imperdível. A partir das 18h, será exibido o filme ‘A Viagem de Pedro’, que estreia no Brasil em 1º de setembro, mas que João Pessoa vai ver primeiro. O filme é da produtora, diretora e roteirista Laís Bodanzky, e a exibição gratuita acontece no Cine Centerplex, no Mag Shopping.

“Estamos encerrando o FestincineJP com a certeza do sucesso que foi esse Festival. Nós conseguimos estabelecer um evento que traz uma novidade para o cinema da Paraíba e para o audiovisual, sobretudo de João Pessoa, porque integramos exibição de filmes de muita qualidade, também com um ambiente de mercado que funcionou com pleno sucesso”, declarou o diretor executivo da Funjope, Marcus Alves.

Durante quatro dias, os produtores locais fizeram rodadas de negócios com os principais players do Brasil e do exterior. Os relatos iniciais, conforme o diretor, são de que foi uma experiência muito importante porque os produtores conseguiram negociar os seus produtos, projetos de cinema, roteiros, filmes em elaboração diretamente com empresas que têm capacidade de investimento.

“Além disso, demos forma e definimos a João Pessoa Film Comission e a Agência de Audiovisual de João Pessoa. Há um consenso das pessoas que participaram do Festival de que efetivamente o FestincineJP consolidou uma linha de política pública para o audiovisual da nossa cidade. Esse era o nosso objetivo e nós conquistamos”, comemorou.

“Estou muito contente de estar aqui em João Pessoa trazendo meu novo filme, ‘A Viagem de Pedro’, para uma sessão especial dentro do Festival Internacional de Cinema de João Pessoa. É uma sessão que vai ter um debate na sequência, vou poder conversar e ouvir o que o público achou do filme, responder perguntas”, declarou Laís Bodanzky.

Ela disse que a primeira edição do FestincineJP é muito importante para confirmar o polo audiovisual que existe na cidade, que está cada vez mais forte e que merece atrair mercado, co-produções internacionais. “O Festival é para além de assistir filmes. É um espaço de encontro, de mercado, futuros projetos. Para João Pessoa, que tem tantos produtores de talento, é fundamental a existência desse Festival com essas características. Estou acompanhando e parabenizo a organização pela qualidade, consistência do projeto e espero que seja o início de uma longa estrada que esse Festival vai ter. Que muitas histórias importantes aconteçam nele e ganhe frutos para esse audiovisual de João Pessoa. Que a Paraíba viaje o mundo inteiro”, elogiou Laís Bodanzky.

Enredo – O filme conta a história de Dom Pedro I. Porém, desconstrói a imagem que existe dele. Não é a história do Dom Pedro I, é a história do homem, do Pedro. Não de um herói ou de mulherengo, ignorante, mas um homem com suas questões, angústias, erros, medos, culpas, enfrentando seus demônios.

A história se passa no Atlântico, durante a travessia para a Europa, quando, doente, ele vai lutar contra seu irmão, D. Miguel, Rei de Portugal, que usurpou seu trono. “O espectador é convidado a entrar nessa embarcação e viver um pouco do que era o Brasil 200 anos atrás, um microcosmos de Brasil dentro dessa embarcação, podendo acompanhar outras pessoas que estão ali, entre eles, muitos serviçais escravizados, com suas histórias, passados, medos, angústias e conflitos”.

Provocação – No momento atual, próximo à comemoração do bicentenário da Independência do Brasil, o filme convida a uma reflexão sobre a data, para que as pessoas não comemorem de forma automática, mas reflitam sobre o passado e questionem se essa independência aconteceu.

“O filme é lançado nessa data também como uma provocação, que a gente desconstrua o imaginário dos heróis das datas dos livros de história e entenda que a história é feita sempre por ponto de vista, e que novos pontos de vista precisam ser retratados para termos uma visão mais fiel ao que aconteceu, até para entender porque o Brasil continua com o mesmo abismo social, as mesmas questões de opressões de gênero e de raça”, acrescentou Laís Bodanzky.

“Convido a todos para que venham e, quem não puder, assista a partir do dia 1º de setembro nos cinemas”. O elenco de ‘A Viagem de Pedro’ conta com atores como Cauã Reymond, como Dom Pedro I; Luise Heyer, no papel de Leopoldina; Victória Guerra, que interpreta Amélia; Celso Frateschi, como Bonifácio; Isabél Zuaa, interpretando Dira, entre outros.

A diretora – Laís Bodanzky é uma das figuras mais importantes do cinema brasileiro, filha do cineasta Jorge Bodanzky, que realizou um dos filmes mais importantes dos anos 80, ‘Uma Transa Amazônica’, sobre a prostituição de meninas na rodovia Transamazônica.

Seja na direção, roteiro e/ou produção, seu nome está em filmes como ‘Bicho de Sete Cabeças’, ‘Uma História de Amor e Fúria’, ‘Como Nossos Pais’, ‘Cine Mambembe – O Cinema Descobre o Brasil’, ‘Mundo Invisível’, ‘Chega de Saudades’ e ‘A Última Floresta’.

Programação – Nesta terça-feira, as atividades começam às 9h com um debate sobre os filmes exibidos na noite anterior. Ao longo do dia, seguem as rodadas de negócios na Usina Cultural Energisa. No período da tarde, a partir das 17h, haverá programação cultural no Hotel Globo, com a banda Fervo.

Às 20h, logo após a exibição do filme, haverá um debate sobre o filme com Laís Bodanzky. O encerramento, com homenagens e premiação acontecem a partir das 20h30. Já a solenidade de encerramento terá show da banda Caronas do Opala, a partir das 22h, na Usina Cultural Energisa.

A programação completa pode ser acessada no link https://www.joaopessoa.pb.gov.br/wp-content/uploads/2022/08/Programacao_FestincineJP.pdf.